
As águas sulfurosas de Cabeço de Vide foram utilizadas pelos romanos, desde 118 anos antes de Cristo, época do Imperador Romano César Augusto, durante cerca de 600 anos. Desde a Idade Média até aos princípios do séc. XIX, essas águas correram desaproveitadas para a ribeira ou permaneciam estagnadas em charcos onde mendigos lavavam as chagas e os animais banhavam as feridas. Em 1816 forma feitas análises químicas ás águas e os resultados revelaram que continham ácido hidrosulfúrico, soda e magnésio, tendo o então Juiz de Fora de Cabeço de Vide, tomado a iniciativa do aproveitamento destas águas em benefício dos doentes. As propriedades das águas de Cabeço de Vide são amplamente reconhecidas e em 1878 são premiadas nas Exposições Universais de Paris e Rio de Janeiro. Em 1935 a Junta de Freguesia de Cabeço de Vide obtém definitivamente o alvará de Concessão Perpétua e faz grandes obras de melhoramento. O balneário e as acomodações circundantes vão crescendo e as termas são frequentadas por gente de todo o país. Em 1990 o presidente da Junta de Freguesia Manuel Fontainhas arrisca a perfuração a fim de aumentar o caudal. É bem sucedido e aumenta o caudal para os 7.200 litros por hora, o que supera o actual consumo do balneário. O seu objectivo é desenvolver e modernizar as actuais infra-estruturas criando um complexo termal moderno e de grande qualidade. Um projecto da autoria do Atelier Arquitecturar, o novo balneário entrou em funcionamento em Maio de 2007 aumentando a quantidade de tratamentos em mais de 200%. O conjunto edificado possui três pisos que para além das zonas de tratamento, incluem as zonas de recepção aos utentes, tratamentos, piscinas interiores, zonas de arrefecimento, ginásio, SPA, bar/cafetaria, um pátio interior descoberto, uma pérgola onde os utentes poderão desfrutar de vista sendo um lugar de repouso e lazer. Toda a envolvente deste conjunto é dotada de passeios e zonas verdes equipadas de iluminação e mobiliário urbano: papeleiras, cinzeiros, bebedouros, bancos de jardim, cabines telefónicas e sinalização. A importância atribuída às áreas de repouso e lazer mostra a intenção de proporcionar aos utentes uma estadia confortável e a compreensão de que a cura clínica seja ela termal ou outra é sempre um fenómeno complexo e multifactorial.